quinta-feira, 25 de março de 2010
Que sirva de lição, presidente!
Enfim Mancini caiu. E deixou São Januário pela porta dos fundos, com uma derrota para o (ex) lanterna do Carioca, Americano por 3x2 dentro da Colina histórica, na estréia do uniforme III. Com ele, vai o retrospecto de 10 vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Parece pouco, mas foram derrotas que marcaram a torcida: uma na final da Taça Guanabara contra o Botafogo e outra para o arqui-rival Flamengo, na Taça Rio.
Para complicar a situação, a equipe vinha tendo apresentações pífias nos últimos jogos, irritando a torcida, além de o treinador não ter conseguido definir, após três meses de trabalho, uma equipe titular. A resposta da torcida veio com protesto e o esvaziamento dos estádios. Ontem, um pouco mais de 700 torcedores estiveram em São Januário. Desses poucos, alguns se irritaram ao término da partida e tentaram invadir o vestiário e a também agredir o presidente Roberto Dinamite.
Após uma reunião de uma hora com membros da cúpula vascaína, Dinamite anunciou a demissão de Vagner Mancini. O novo técnico deve ser anunciado hoje à tarde pelo presidente cruzmaltino. A diretoria deve trabalhar rápido, mas com eficácia, para evitar a especulação do mercado e também a supervalorização de técnicos sem expressão, como foi o caso do ex-comandante do Vasco da Gama, que no currículo pouco extenso, tinha apenas a conquista de uma Copa do Brasil pelo Paulista – SP em 2005.
O presidente vascaíno tem as seguintes opções no mercado para o substituto de Mancini: Celso Roth (ex Atlético Mineiro e esteve na Colina em 2007); Tite, ex-internacional (que para mim seria o mesmo caso do Mancini, currículo sem expressão) e Emerson Leão, que esteve no Sport. Antônio Lopes (ganhou vários títulos pelo Vasco, mas é inclinado ao ex-presidente Eurico Miranda) e Muricy Ramalho estaria fora de cogitação devido ao salário muito alto.
Mudanças:
O momento agora é crucial para a mudança no discurso de Dinamite, ele está aprendendo da maneira mais difícil que não se pode ser tão passivo na relação com o futebol do clube. Como ele mesmo disse, “futebol é resultado”. As carências no elenco são visíveis e ter um técnico gabarito à frente do time é primordial. As opções não são boas, mas o treinador tem que ter pulso firme com seus comandados. Um exemplo básico dos muitos erros cometidos por Mancini foi a manutenção de Dodô como titular após sucessivas apresentações apagadas do atacante. Não teve peito para tirar ou quis bancar o jogador, colocando seu cargo em risco?
Acredito que o futuro comandante vascaíno tenha apenas que ter alguns requisitos:
1º - Não aceitar qualquer jogador, principalmente os contratados pela direção sem consulta. Treinador tem que se impor na hora de contratar reforços, afinal, no futuro é o cargo dele que ficará na reta. Do elenco atual, contei sem qualquer esforço uns nove jogadores que não estão merecendo vestir nossa camisa;
2º - Tem que ter experiência. O Vasco não pode ser mais trampolim para técnico novato. Dorival Júnior se deu bem, Mancini não. Demos sorte com um e azar com outro. É arriscar demais para um clube tão grande como o de São Januário.
3º - Ter pulso firme. Ter o elenco “nas mãos” não significa bancar atuações ruins de jogador A ou B. Jogou mal, saia. Seja profissional e reconquiste sua vaga de titular. Passar a mão na cabeça de jogador é assinar a própria demissão.
4º - Ser vencedor. Um técnico vencedor sabe o caminho das pedras.
Enfim, é aguardar a diretoria. E que essa experiência ruim seja proveitosa. Não dá pra brincar. A torcida não protesta à toa. Não se deve fazer tudo o que ela pede, mas deve-se usá-la como termômetro. Esse pode ser um momento crucial para o resto da caminhada em 2010. Fazer experiências em clube grande é como jogar roleta russa. Ou deixa para trás o discurso de cautela, finanças difíceis e tudo o mais e contrate pessoas à altura do Vasco da Gama, ou viva de pesadelos.
Tem que ter cautela, mas não precisa ser covarde!
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